INFORMAÇÃO HISTÓRICO-CULTURALOrigem étnica: maioritariamente bantu
Origem política: colónia portuguesa (500 anos)
Independência: 11 de Novembro 1975, depois de 14 anos de Luta Armada
Primeiro governo: MPLA
Primeiro presidente: Agostinho Neto (1975-1979)
Chegada dos Portugueses: 1482 (Diogo cão)
Fundação da primeira cidade -(Luanda): 1605
Dia da Independência Nacional: 11 de Novembro de 1975
Primeiras eleições: Setembro de 1992
*Território habitado já na pré-história como atestam vestígios encontrados nas regiões de Luanda, Congo e deserto do Namibe, só milhares de anos mais tarde, em plena proto-história, receberia povos mais organizados. Os primeiros a instalarem-se foram os bochimanes- grandes caçadores, de estatura pigmóide e claros, de cor acastanhada.
No início do séc.VI d.C., povos mais evoluídos de cor negra, inseridos tecnologicamente na idade dos metais, empreenderam uma das maiores migrações da história. Eram os Bantu e vieram do norte, provavelmente da região da actual República dos Camarões. Esses povos, ao chegarem a Angola, encontraram os bochimanes e outros grupos bem mais primitivos, impondo-lhes facilmente a sua tecnologia nos domínios da metalurgia, cerâmica e agricultura. A instalação dos bantu decorreu ao longo de muitos séculos, gerando diversos grupos que viriam a estabilizar-se em etnias que perduraram aos dias de hoje.. Acabaria por morrer decapitado, em Luanda. Anos mais tarde, o Ndongo ressurgiria com a tomada do poder por Jinga Mbandi, imortalizada por rainha Jinga.
Política ardilosa, soube conter os portugueses com acordos bem preparados. Empreendeu várias viagens e, finalmente em 1635, conseguiu formar uma grande coligação com os estados de matamba e ndongo, Congo, kassange, dembos e kissamas.
À frente da poderosa coligação, Jinga rechassou os portugueses para posições mais recuadas. Entretanto Portugal fora ocupada pela Espanha, ficando com as terras de além-mar votadas ao plano secundári o. Os holandeses, aproveitar-se-iam dessa situação e tomariam Luanda em 1641. Jinga fez dos holandeses seus aliados, aumentando a força da coligação e reduzindo os portugueses a Massangano, praça que estes ocupavam fortemente e de onde partiam esporadicamente para as guerras de Kuata!Kuata!( captura de escravosA colónia portuguesa de Angola formou-se em 1575 com a chegada de Novais com cem famílias de colonos e 400 soldados. Luanda seria cidade em 1605. O comércio era na maior parte, feito com o Brasil. Os navios brasileiros eram os mais numerosos nos portos de Luanda e de Benguela. Angola, colónia portuguesa, era, de facto colónia do Brasil, contraditoriamente, outra colónia portuguesa. Forte influência brasileira era também exercida pelos jesuítas nos domínios da religião e da educação.
A filosofia de guerra, passou gradualmente a ser substituída pela filosofia do comércio.
Eram as grandes rotas comerciais e os acordos que as tornavam possíveis que moviam acções nas partes. De estados guerreiros, formam-se estados vocacionados para a produção e consequente comércio. No planalto, destacam-se os estados do Bié e do Bailundo. Este último viria a notabilizar-se pela produção de bens alimentares e de borracha. No entanto o poder colonial, cada vez mais forte e mais rico, não tolelaria o desenvolvimento destes estados e submetê-los-ia um a um, atingindo o controlo total do território no início do nosso século. A partir de 1764, e uma sociedade esclavagista, passou-se gradualmente a uma sociedade preocupada em produzir o que consumia. Em 1850, Luanda já era uma grande cidade, repleta de firmas comercias e que exportava conjuntamente com Benguela, óleos de palma e amendoim, cera, goma copal, madeiras, marfim, algodão, café e cacau, entre outros produtos.milho, tabaco, carne seca e farinha de mandioca começaram também a ser produzidos localmente. Estava a nascer a burguesia angolana. Entretanto em 1836, o tráfico de escravos era abolido e em 1844, os portos de Angola seriam abertos aos navios estrangeiros. Com a conferência de Berlim, Portugal viu-se na obrigação de efectivar de imediato a ocupação territorial das suas colónias. O território de Cabinda, a norte do rio Zaire , seria também conferido a Portugal, graças á legitimidade do tratado de protectorato de simulambuko, assinado entre os reis de Portugal e os príncipes de Cabinda, em 1885. Depois de uma implantação morosa e complicada, o final do séc.XIX marcaria a organização de uma administração colonial directamente relacionada com o território e os povos a governar. Na economia, a estratégia colonial assentava na agricultura e na exportação de matérias-primas. O comércio de borracha e do marfim, acrescido pela receita dos impostos tomados às populações, provocava grandes rendimentos para Lisboa. A política portuguesa, em Angola viria no início do século XX a ser alterada com a implementação de novas reformas. O fim da monarquia em Portugal e uma conjuntura internacional favorável levariam as novas reformas ao domínio administrativo, agrário e educativo. Com o estado que se pretende extensivo à colónia, Angola passa a ser mais uma das províncias de Portugal( província ultra-marina). A situação vigente, era aparentemente tranquila. No segundo cartel do século vinte, esta tranquilidade seria posta em causa com o aparecimento dos primeiros movimentos nacionalistas. Inicia-se a formação de organizações políticas mais explícitas a partir da década de cinquenta, que de uma forma organizada iam fazendo ouvir os seus direitos. Promovem campanhas diplomáticas no mundo inteiro, procurando a independência. O poder colonial, não cederia no entanto, às propostas das forças nacionalistas, provocando o desencadear de conflitos armados directos, a “Luta Armada”. Destacaram-se na “Luta”, o MPLA( movimento popular de Angola) fundado em 1956, o FNLA( frente nacional para a libertação de Angola) que se revelou em 1961e a UNITA (união nacional para a independência Total de Angola) em 1966. Depois de longos anos de confrontos, o país alcança a independência a 11 de Novembro de 1975.
INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
Superfície: 1.2.46.700 km2
Geografia: 60% do território é constituído por planaltos de 1000 a 2000 metros com uma densa e extensa rede hidrográfica.
Clima: tropical. Duas estações: Cacimbo-seca de Maio a Setembro e das chuvas(mais quente) de Setembro a Maio.
Temperaturas médias: 27 ºC- máximas e 17ºC mínimas
Localização: costa ocidental da África Austral
Fronteiras: w-oceano atlântico; N- república do Congo(Brazaville) e República democrática do Congo(Kinshasa); E- república da Zâmbia; S-República da Namíbia.
Extensão das fronteiras: marítima:1.600km; terrestre:4837km
População: 12.000.000 de habitantes(49.3% homens e 50.7% mulheres)
Capital: Luanda-3.000.000 de habitantes- idade média 19 anos.
Cidades principais: Cabinda; Benguela; Lobito; Lubango e Namibe.
Rios principais: Kwanza; Cunene e Cubango
Ponto culminante: Monte Moço-2620 metros(Huambo)
Língua oficial: Português
Principais línguas nacionais:Umbundo; kimbundo; Kikongo; tchokwe.
Religião: Católica-51%; Protestante-17%; Tradicional-(Animista)30%; outras-2%.
O território pode ser dividido em 6 zonas geomorfológicas: faixa litoral, zona de transição para o interior, cadeia marginal de montanhas, planalto antigo, bacia do Zaire e bacias do Zambeze e do Cubango. As bacias ocupam pouco mais de 60% do território, sendo caracterizadas pelos extensos planaltos do interior e pelo relevo do Talude atlântico que desce em escadarias para o oceano. Cerca de 65% do território situa-se a uma altitude entre os 1000 e os 1600m, localizando-se na região central os pontos culminantes: montes Moco (2.620m) e Meco (2.583m). Situa-se na região planáltica do centro do país a origem dos rios mais importantes, correndo estes em três sentidos: atlântico(L>w), S>SE e N. Contam-se por cinco as grandes bacias hidrográficas, correspondendo aos rios Zaire, Kwanza, Cunene, Cubango e Queve.